quinta-feira, 20 de novembro de 2008

A nossa experiência da Índia


Ufaaaaa!! Pronto, aqui estão os nossos relatos e as fotografias correspondentes. Obviamente que não estão todas... acaba por ser difícil ter de escolher. Mais tarde podemos por as que não pusemos agora. Adiante... espero que gostem do que escrevemos, foi assim tão natural e sem pensar muito.

A viagem começa...

Lisboa-Londres-Avião

Londres-Mumbai-Avião

Mumbai-Bengalore-Avião

Bengalore-Mysore-Bus

Mysore-Madurai-Bus

Madurai-Kanyakumari-Bus

Kanyakumari-Verkala-Comboio

Verkala-Alleypey-Taxi

Alleypey-Kochi(Fort Kochi)-Taxi

Kochi-Goa-Comboio                       

Goa-Hampi-Bus                     

Hampi-Goa-Bus

Goa-Mumbai-Avião

Mumbai-Londres-Avião

Londres-Lisboa-Avião

E o vencedor é... BUS!!!

Percorremos muitos kilómetros... muitas horas em viagem... e encontramos a experiência da Índia.

Namaste.

5 de Outubro 2008 - British Airways Flight

 

A nossa viagem começou. De momento estamos no avião, na direcção de Londres… sem grandes precauços, embora tenha deslocado 20 minutos atrasados.

A ansiedade é alguma e tenho cada vez mais noção do inesperado que está à nossa espera. Traçamos um Plano A e um Plano B. Será que algum deles se vai concretizar? Eis a questão, cá estaremos para ver. O Ricardo dorme! Infelizmente ficamos em lugares seprados. Ele está entre 2 homens. Eu estou ao pé de um idoso casal, tipicamente british. Vou ver se o tempo passa… Ah! A sandes de pequeno-almoço era simplesmente má! Mas tenho que me habituar às condicionantes alimentares dos próximos tempos. (…)

Agora no hotel… tinhamos que calhar num Hotel a) a 5 minutos do MacDonalds e b) onde se estava a realizar um casamento indiano.

Chegamos ao Heathrow Airoport às 11:05 e resolvemos ficar hospedados num Hotel próximo do aeroporto. A escolha foi o Thistle London Heathrow Hotel, um hotel simpático e acolhedor para viajantes que só têm o voo para o seu destino final no dia a seguir. A cidade de Londres é bem cara, sentimos logo na pele o custo de vida que por lá se pratica. Do aeroporto ao Hotel fomos de bus e pagamos 4£ cada um. Ao chegar ao Hotel reparamos num Macdonald´s e resolvemos logo escolher o nosso sitío para almoçar e jantar. Visto que a nossa estadia era só de uma noite, só tinhamos direito ao belo do pequeno almoço, tipicamente Inglês (omeletes, feijão com tomate, chá, torradas, fruta, cereais, cogumelos, espargos e obviamente café). O dia foi passado praticamente no quarto do hotel, a ver filmes e a programar as nossas estadias na India e sítios onde queriamos ir visitar. A cama era bastante confortável e a casa de banho tinha água quente a toda hora. A noite foi tranquilamente bem passada.

 

6 de Outubro 2008

 

Com a chegada do dia, tomamos o banho matinal e dirigimo-nos de imediato a sala das refeições, cujo o pequeno almoço parecia mais um almoço. Ainda fizemos umas sandes para levarmos para o aeroporto, pois o nosso voo para Mumbai era só as 21:25. Depois de termos tomado o pequeno almoço, fomos ao quarto arrumar as nossas coisas e tivemos que fazer o checkout por volta das 11:00. No total pagamos 38£ por uma noite. Apanhamos novamente o bus mais as 4£ e chegamos ao aeroporto por volta das 12:00 e tal. Olhamos para o relógio e assustamo-nos, o nosso voo era só as 21:25. As horas foram passadas naturalmente, com muitas idas lá fora e alguns cigarros fumados, fizemos ocheckin das bagagens cedo, umas 4 horas antes da hora do voo. Depois do checkinresolvemos fazer também o nosso, mostrar o passaporte, o visto e obviamente a passagem pelos seguranças. Depois foi a chegada da freeshop, que passou-nos completamente ao lado, apenas queriamos uns bancos para relaxar mais um pouco. Os minutos não tinham maneira de passar, lá se ouviu o número do nosso voo e a gate correspondente. O entusiamo foi total e de imediato dirigimo-nos aogate. O Boieng da Jet Airways parecia que estava a sorrir para nós, grande e cheio de combustível piscou-nos o olho quando a senhora disse que já podiamos começar a embarcar.  A sensação foi de espanto,  sabiamos que tinhamos uma viagem de 9 horas para fazer, mas com estas condições as horas serão concerteza bem passadas. As cadeiras são confortáveis e espaçosas e a nossa frente encontra-se um pequeno ecrã em que nós utilizadores, podiamos jogar, ouvir e ver filmes, jogos, músicas, notícias, informações sobre o voo, basicamente umHome Entertainment que voava. A escolha era tanta que não sabiamos por onde começar, e o mais curioso, os filmes que estavam dispostos eram recentes e filmes para todos os gostos, assim como também séries de televisão. A minha escolha foi pelo Kung Fu Panda já que não tive a oportunidade de vê-lo em terra vejo-o no ar. Colocado os Headphones aí vamos nós. A Filipa teve um pequeno azar, o seu ecrã não funciovava correctamente e optou por dormir, só mesmo lá para o fim da viagem é que aquilo resolveu funcionar. Jogamos, ouvimos música, dormimos, comemos bastante bem, a comida que nos foi servida era deliciosa, coisa de estranhar em comida de avião e as horas assim foram bem passadas. 


7 de Outubro 2008 - India

 

Chegámos!! Tudo isto é surreal, o calor, as pessoas, os taxis alcatifados, os caças-turstas, os doidos, as casas de banho com ou sem sanita… tudo!

De realçar que mal chegámos a Mumbai, um homem tentou prontamente arranjar-nos taxi, voo tudo e tudo. Após discussão aliámo-nos a uma inglesa louca que ia também procurar de um voo, mas para goa. Lição: não dar conversa a pessoa que aparecem do nada para ter arranjar taxi, hotel, tudo!

Assim conseguimos um voo pela Spicejet para Bengalores, muita turbulência, mas também muito cansaço, por isso lá se passou!

Chegaos a Bengalores, próxma tarefa – arranjar um prepaid taxi para a cidade para um tal tal hotel que iamos ver se tinha lugar para nós. Foi o choque e a confusão: por um lado, o homem a desviar-nos do hotel que iamos ver por ser “dirty” e depois à chegada à cidade! Não dá para explicar… o barulho é intenso, assim como a poluição, o volume de pessoas, as buzinas, os prédios podres… cidade! Lá chegamos ao hotel e okay, not bad! Tem uma varanda comum e outro quartos, ao estilo nem sei o quê, mas são 880 rupias, ou seja, barato! (tass!).

Lá nos aventurámos pelas ruas nocturnas de Bengalore…oh shit! Parece que somos a atracção turistica, toda a gente nos olha de cima a baixo. Jantámos num restaurante, numa rua movimentada, num local onde só trabalham crianças. Pedimos o prato veggie, veio um arraoz delicioso, com molhos muita bons e pão… grande jantar, quase de borla! Agora no hotel… o barulho lá for a não nos deixa ter vontade de dormir, a tv indiana faz companhia e há um dia seguinte para organizar, enquanto a ventoinha, gira, e gira, e gira…

 

8 de Outubro 2008 – Bus to Bengalore

 

Neste momento, estamos num bus que nos levará de Bengalore

para Mysore. Bengalore revela-se uma cidade caótica, mas com recantos muito interessantes, como por exemplo, o Bull temple, Ganesh temple… sem palavras! É uma sensação de grande espiritualidade e respeito… adoro a sensação que tenho quando vejo ou entro num templo… sentimos muita paz interior. As crianças aparecem do nada e pousam para a fotografia, ao tirar a foto olham para ela como se fosse outro mundo, em seguida começam-se todos a rir, só visto. Visitamos também o palácio de Titus, interessante, todo ele feito em madeira.

Deixámos por fim o Hotel (pode dizer-se que é um Hotel?), rumámos à estação de bus com as mochilas às costas e aqui estamos! Prontos para Mysore! Ah, durante o dia passámos por mercados muito giros, com templos super coloridos pelo meio, é a verdadeira devoção. Nunca pensamos ver estátuas de Ganesh ou de Shiva, assim em tantos locais e tão divinados.

A comida é fantástica, estamos a adorar.





9 de Outubro 2008 - Mysore

 

A chegada de Mysore foi tranquila, arranjámos quarto logo no primeiro que tentámos. É muito fixe o hotel, comparado com o anterior. Mysore é uma cidade muito gira, com uma praça bonita, com palácios, templos, alguns jardins… mas super agitada, porque apanhamos o Dussehra festival, onde toda a gente sai à rua, os mercados estão cheios e espalhados por toda a cidade, onde se vendem frutas, legumes, pulseiras, flores, luzes, flautas, balões etc. Definitivamente dia de festa, onde todas as famílias indianas saem à rua. As crianças são lindas, demais! Vêm ter connosco simplesmente para uma foto, abraçam, sorriem, super educados. Surreal! O número de pessoas que vem ter connosco para tirar uma foto, famílias inteiras, crianças, jovens… no fundo somos a atracção turística cá do sítio, mais uma vez.

Comemos muitas vezes na rua, desde aperitivos salgados deliciosos, folhados, pães recheados, sumos, ananás, banana, papaia, um bocadinho de tudo… tudo por uma média de 40, 20, 10 cêntimos! Adoramos vaguear pelas ruas de multidões, por nossa conta, é muito bom. Não se vê turistas nestes locais… Visitámos hoje dois templos, cheios de famílias, fomos também a uma loja de óleos, comprámos um óleo para os mosquitos que aparentemente funciona. Fizemos estas voltas com um rapaz de Rickshaw, que tem sido o nosso meio de transporte de sempe! Inevitável é a ida às lojas do governo, onde somos quase obrigados a comprar qualquer coisa. Mas acho que não compramos nada, estas lojas podem ter tudo de um pouco e feitas de bom material, mas o preço é bastante caro e lá está, são lojas que pertencem ao governo, preferimos gastar o nosso dinheiro em pessoas que têm o seu próprio negócio.

Por fim, vivemos a experiência da entrada para a praça dos palácios em pleno Dussehra. Foi fantástico, tudo iluminado, muitas famílias, desfile de elefante, templos iluminados, enfim, festa e celebração.

Amanhã tamos tentar seguir para o próximo destino, Madurai.

P.s. Estamos a ver o Indian Idol na tv, sem palavras!
















13 de Outubro 2008 – Bus Station Madurai

 

Passaram-se uns diazinhos sem escrever, têm sido muito intensos e quando chegamos ao Hotel é para para relaxar e dormir.

A viagem para Madurai correu bem, fomos de bus por Ooty, zona de motanhas, Coiambatore e finalmente Madurai. Na viagem vimos paisagens brutais, uma mistura de palmeiras, campos de arroz, montanha e vilas perdidas, mas sempre perdidas, no meio do nada, sem luz, envoltas em comércio, casas de palha e esgoto.

A chegada a Madurai foi um pouco stressante, visto que chegamos à noite, e sem marcação de hotel… mas conseguimos contornar a situação e encontramos um hotel simpático com um quarto duplo com uma cama grande e uma casa de banho boa, acho que esta tinha chuveiro. Durante o dia, disfrutamos um mercado com muitos costureiros que fazem roupa na hora, um complexo de templos gigante, no entanto, encontrava-se a parte exterior em pinturas e em obras. Os andaimes eram surreias, feitos de madeira e palha. À noite visitamos o templo por dentro, impressionante, aqui vive-se religião Mais uma vez éramos os únicos ocidentais, foi brutal! Andavamos com uma indiana maluca que conhecemos na rua durante o dia, e a noite encontramo-nos por acaso e mostrou o templo, sem qualquer intenção de negócio. Fomos abençoados por um elefante, em troca de umas bananas roubada pela senhora.

Ontem fomo conhecer Tricky,de bus, claro. Mais uma cidade, mas com um templo fabuloso no topo de um enorme rochedo… subimos à volta de 200 e tal degraus. A vista de Tricky é encantada. Deu para ver a cidade de cima, tal como os corvos a vêem.

Hoje vamos rumar a Kanyakumari, a pontinha da Índia, vamos finalmente ver o mar! Já estamos a precisar da brisa do oceano e da calma das pequenas aldeias sem a opressão destes rickshaws e vendedores. Sul aqui vamos nós! A comida continua óptima! 









14 de Outubro 2008 - Kanyakumari

 

Esta pequena vila encheu-nos de boas vibrações! Sem stresses significativos, calminha e o melhor situada na ponta sul da Índia. Finalmente o mar… foi brutal a sensação de chegar ao Hotel, correr tudo nas calmas e ver o quarto, abrir a janela e zás o mar!! Mesmo em frente ao templo de Vivenka e sua estátua, que ficam mesmo no mar. Lindo, iluminado. Foi assim a chegada de Kanyakumari, depois de mais uma louca viagem de bus. Com muita chuva à mistura, foi uma chegada pacífica, com um hotel super acolhedor e um restaurante fantástico. Durante o dia vagueámos mais uma vez, desta vez estamos numa vila, em que andas mais à vontade e sem ninguém a chatear-te.  Visitámos os templos e pontos de interesse, andámos de ferry até ao templo de Vivenka e vimos uma lua cheia bestial. Jantámos na rua, mais um vez, muito bom, super delicioso, uns pãeszinhos com uns molhos, à maneira. Agora os relâmpagos lá fora, nunca tinhamos visto tal coisa, relâmpagos que davam para iluminar Lisboa, dos maiores que já vimos na nossa vida. A chuva essa é termenda e forte, o sono instala-se nos nossos corpos. Desta vez curto, pois temos um comboio às 05:30 para Verkala, próximo destino. Hoje compramos livros… estive a ler um sobre a génese da cultura indiana. Continuamos a não perceber como é que um povo tão religioso, amante dos animais e devoto da natureza, consegue ser tão sujo e desrepeitador com essa mesmo natureza. Não entemos. Uma coisa bastante estranhar, é ver os indianos a beber águra sem tocar no plástico da garrafa, será que consideram impuro? A sua higiene é precária, a rua é o seu lixo e as tentativas de negócio são exageradas e opressivas. No entanto, de vez em quando contactamos com pessoas de bom coração, com as quais nos sentimos verdadeiramente bem.

Estamos a ver o nunca digas Banzai! Só rir… O Mr. Bean em desenho animado também é uma comédia.. a televisão é sempre nossa amiga nas nossas noites.

Nota-se bastante diferença entre o ambiente das cidades e das vilas, digamos que se respira melhor, temos mais espaço para respirar e apreciar, as pessoas não ficam a olhar durante horas para nós, mas até agora, maior parte das pessoas foi sempre muito simpática para nós, exceptuando as situações de negócio que tentamos sempre fugir.













16 de Outubro - Alleypey

 

Neste momento estamos num local paradisíaco em Allepey que passamos a descrever: águas calmas, rodeados de pequenas aldeias, igrejas e muitas palmeiras. E nós? Num barco com 3 indianos por nossa conta! Bestial. A paisagem é fantástica, a brisa e o silêncio aconpanha-nos neste belo dia. A comida feita pelo o cooker é óptimamente boa. Ao longo da viagem, um barco com pescadores parou o seu barco junto do nosso. Tinham com eles peixe e mais peixe, optamos por duas lagostas enormes e dois peixes para o jantar.

Ontem passámos o dia em Verkala. Vila muita gira, com uma praia sobre a qual existem vários resorts, num dos quais dormimos. Ficámos numas casinhas feitas em bamboo brutais. Em Verkala predominam os bifes, hippies velhos e indianos a tentarem vender tudo e mais alguma coisa na falésia daquela praia. Adoramos o ambiente, será um sítio a regressar. Foi em Verkala que demos o nosso primeiro mergulho no mar, águra morna, mas com muitas ondas e correntes. De para apanhar um bom solinho.








20 de Outubro – Comboio a caminho de Goa

 

Neste momento estamos num comboio que nos trouxe de Cochi para Goa. Está 01h:30m atrasado… Passámos a noite no comboio, dormimos bem, não é nada mau e ficamos na cama mais alta, ou seja, cada compartimento dava para 6 pessoas. Nós ficamos no topo do compartimento.

A estadia em Cochi foi muito positiva, a Homestay onde ficámos tinha muito bom ambiente, o dono era super prestável e os quartos impecáveis. Cochi ou Kochi, é uma cidade de mar, com duas zonas distintas, nós ficamos na zona de fort de Cochi, super calma, muitos ocidentais e muita herança portuguesa. Foi em Cochi que o Vasco da Gama morreu e foi velado antes do seu corpo regressar a Portugal. No dia seguinte fomos a Munnar, zona montanhosa, verde, com plantações de chá e especiarias, muito giro. A estrada era de loucos, assim como o motorista, um velho que não sabia fazer as curvas e respectivas ultrapasssagens. Mas o passeio foi bestial, incluindo a visita a um park com elefantes, onde assistimos ao seu banho matinal. Passámos por várias waterfalls e lagos no meio das montanhas. Ontem onde tivémos tempo para visitar o Museu Hindu-Português, tinha somente elementos católicos, acho que essa é a maior herança portuguesa na Índia, a religião. Pelo menos, no estado de Kerala, veneram-nos por isso. Agora quase a chegar a Goa, num compartimento partilhado por uma mulher e dois homens, com pequeno almoço oferecido por esta família, estamos expectantes em relação ao que vamos encontrar. Ah, a Filipa acabou de ingerir um bolo com 1000 calorias!